Os transportes nas cidades

O transporte privado nas grandes cidades é uma importante fonte de poluição e de stress diário, perda de tempo e cansaço.

Os transportes públicos dentro e para as grandes cidades, chamados urbanos e suburbanos, não conseguem circular adequadamente devido ao volume do transito privado. Andam dezenas de milhares de carros apenas com um ocupante, não faz sentido. As ruas e estradas têm pelo menos quatro faixas de rodagem, inutilizam-se centenas de milhar de hectares de terra para abrir vias para os carros, circulam no pára/arranca, os veículos de duas rodas têm dificuldade em circular e os seus utilizadores recebem diretamente a poluição que sai dos escapes dos carros, com custos enormes para o sistema de saúde, não há um planeamento urbanístico que privilegie a circulação de bicicletas, esse urbanismo existe em muitas cidades europeias, podem ir lá aprender como se faz.

Já existe o ‘dia sem carros’ celebrado ao domingo, porque não também ao sábado e depois num dia útil por semana, com oferta suficiente de transportes públicos, e ir lentamente aumentando os dias sem carros? Porque não se retiram faixas de circulação automóvel e transformá-las em ciclovias? Cada autocarro a mais são 55 carros a menos na estrada.

A foto, tirada da internet, mostra uma rua em Amsterdam, como tantas outras que vi, cidade onde todos circulam de bicicleta ou de transporte público, são muito poucos os carros em circulação. Naquela cidade foram construídos edifícios próprios para estacionamento de milhares de bicicletas.

Se em vez de bicicletas fossem carros, onde iriam estaciona-los? Quantas toneladas de combustível gastariam por dia? Decerto que são poupados muitos milhões no sistema de saúde, muitas vidas e sofrimento, para além dos acidentes, atrasos e faltas ao trabalho.

Sem transportes suburbanos eficientes haverá cada vez mais transportes privados a atrapalhar a vida nas cidades.

Os nossos autarcas devem ter a ambição de mudar certos hábitos nas respectivas jurisdições, tornando as suas cidades mais aprazíveis e acompanhando a tendência de abandono do consumo de combustíveis.

 

Daniel Graça

23/05/2021